Voltz, Shineray, Watts e Horwin: o Brasil em uma 'onda de motos elétricas'
Conheça os planos das marcas que estão investindo na eletrificação no país. Segmento est?dividido entre startups nacionais e marcas chinesas
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Como tornar as motos elétricas realmente viáveis para uso no Brasil? Essa é a pergunta que Voltz, Shineray, Watts e Horwin devem responder nos próxinos anos. Enquanto nenhuma das mais tradicionais montadoras de motos no país investe nas motos elétricas, startups nacionais e empresas de origem chinesa lançam mão de projetos ambiciosos que falam em vendas de milhares e até centenas de milhares de motocicletas que não necessitam de gasolina ou etanol para rodar.
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A expectativa é de uma aceleração nas entregas de motos elétricas no país, ainda um segmento que não possui números altos de emplacamento. Vale ressaltar aqui que estamos falando de ciclomotores e motos elétricas, que necessitam de placa e CNH para rodar, e não os veículos de micromobilidade e menor alcance também movidos a energia elétrica.
Confira os planos das marcas que estão investindo na eletrificação de duas rodas no país:
Voltz
Considerada a principal referência em motos elétricas no Brasil, a Voltz teve o total de 967 unidades emplacadas no ano de 2021, um número baixo em relação a todo o mercado de motos que chegou a mais de 1,1 milhão de motos em 2021. Depois do aporte de R$ 100 milhões, liderado pelo grupo Creditas, a empresa vai inaugurar sua fábrica em Manaus, o que deve alavancar o desempenho.
Prevista para iniciar o funcionamento ainda no primeiro semestre, a unidade fabril tem 12.196 m² e capacidade de produzir 15 mil unidades por mês. A marca conta atualmente com o scooter elétrico EV1, o primeiro de sua linha, e a moto urbana EVS, uma espécie de "CG" elétrica. Dentro das iniciativas da Voltz, também está uma parceria com locadora para oferecer motos elétricas por assinatura.
Shineray
Famosa por grande popularidade no Nordeste e suas "cinquentinhas", a chinesa Shineray já contava com 3 scooters elétricas em sua linha, mas a chegada da SHE S mostra um avanço da empresa no setor das elétricas. O modelo desponta para ser uma rival da Voltz EVS (saiba as diferenças entre a Voltz EVS e Shineray SHE S).
Watts
A notícia de aquisição Watts Mobilidade por parte do grupo Multilaser, gigante da informática, trouxe ainda mais expectativas sobre a startup brasileira. O negócio milionário terá como resultado uma fábrica em Manaus, a exemplo do que vimos com a Voltz, com inauguração prevista para agosto e capacidade de montagem de 50 mil unidades ao ano. Além de veículos de micromobilidade, a empresa prepara o lançamento da W125, uma elétrica que deve "andar como 125". O modelo acaba sendo mais uma rival de EVS e SHE S.
Horwin
Dessa "onda elétrica" esperada para o Brasil, a Horwin deve ser a que demorará mais para ter modelos nas ruas, mas os planos são bem ambiciosos. A empresa também tem planos de produzir modelos no país e recentemente anunciou uma parceria com a CBMM (Companhia Brasileira de Siderurgia e Mineração) para o desenvolvimento de uma nova moto que deve ser apresentada como protótipo ainda no primeiro semestre de 2022.
O detalhe especial é que o modelo utilizará nióbio vindo da CBMM em suas baterias, o que pode tornar o recarregamento de suas baterias ultrarrápido. Segundo a Horwin, com o uso de tecnologia a partir do metal a carga total pode levar cerca de 10 minutos para ser completa. Em 2024, a previsão da empresa é vender cerca de 100 mil motos com nióbio no Brasil e outros países da América Latina.
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Por
Rafael Miotto
Com mais de 20 anos de experiência sobre duas rodas, j?percorreu o mundo de moto, incluindo as desafiadoras estradas do Himalaia, na Índia. Como jornalista, cobriu várias edições dos maiores salões de motocicletas do mundo, como o EICMA e o Tokyo Motor Show.