Honda Tornado 300 2025: primeiras impressões
Andamos na XR300L da Honda que resgata nome de sucesso, mas ser?que entrega bom conjunto? Veja análise
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Como é andar na nova Honda Tornado 300 2025? A moto é o mais novo lançamento da fabricante no Brasil. O modelo trail se torna mais um nome de sucesso do passado da empresa a retornar à sua linha, a exemplo do que aconteceu recentemente com Twister 300 e Sahara 300.
Mas a nova Tornado 300 é boa? Foi o que fui descobrir em Urubici, SC, no lançamento oficial da moto para a imprensa. Vou contar como foi a experiência e as primeiras impressões da XR300L, além dos detalhes de motor, potência, ergonomia, velocidade máxima (top speed) e consumo, além dos pontos positivos e negativos do modelo.
Veja também a análise em vídeo:
O retorno da Tornadinho
Quem não lembra da XR 250 Tornado? O modelo saiu de linha para a chegada da XRE 300, mas agora volta trazendo apenas o mesmo conceito e nome, mas agora em um conjunto completamente novo em relação ao modelo de décadas passadas.
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Sua base é a mesma da Sahara 300, mas com uma proposta mais off-road. Sim, a estratégia da Honda agora é ter duas trail 300 no mercado. Andei nas duas motos e posso dizer que apesar de parecidas as motos têm comportamentos diferentes.
Estas informações foram publicadas primeiramente no portal pacificparkanimalhospital.com e estão protegidas pela Lei de Direito Autoral. Não é permitida a reprodução.
Pelas Serras Catarinenses
Antes de mais nada, aqui vai uma dica importante: as Serras Catarinenses são incríveis. Recomendo a todos os motociclistas a região em que estivemos em Urubici. Entre os pontos mais conhecidos de lá estão Corvo Branco, Morro de Igreja e a icônica Serra do Rio do Rastro.
É um local de natureza exuberante, boas estradas e também oportunidades de rodagem off-road. Acredito que muitos querem saber como a Tornado se sai na terra! Posso dizer que o modelo surpreendeu no acerto ciclístico e na robustez.
Pegamos algumas estradinhas de terra batida, inclusive com subida de serra, e cruzamos riachos. As longas suspensões se mostraram bem calibradas para os diversos tipos de piso -- nem muito moles e também não firmes em demasia.
O garfo dianteiro é do tipo comum telescópico, com 245 mm de curso, porém tem bengalas parrudas com 43 mm de diâmetro, deixando o conjunto mais robusto.
Em relação à Sahara, a Tornado recebeu novas mesas abaixo do guidão justamente para absorção de impactos em terrenos irregulares. Passando para parte traseira, onde há um monoamortecedor de 227 mm (um pouco maior que o da Sahara), o modelo conta com 7 níveis de regulagem na pré-carga.
Ainda testamos a moto em um trecho de estrada em obras cheio de pedregulhos. Esse trecho me lembrou até as minhas visitas à Índia quando rodei nas difíceis estradas do Himalaia. Posso dizer que foi bem tranquilo superar a "não-estrada" com a Tornado.
Motor valente
Urubici é conhecida por sua beleza, lindas serras, mas também que necessitam de certa perícia para pilotagem. Localizada há quase mil metros de altitudee, a região é repleta de estradinhas sinuosas e também muito off-road. Fazer essas subidas e descidas foi bastante proveitoso para avaliarmos o motor, assim como os freios.
Estamos falando do mesmo propulsor monocilíndrico flex, do tipo OHC, que já equipa Twister e Sahara. Para a Tornadinho, o propulsor passou por algumas alterações ficando com 24,8 cavalos a 7.500 rpm -- 0,4 cv a menos que a Sahara. Também houve uma alteração na transmissão final da moto com a adoção de uma coroa de 39 dentes, enquanto a Sahara tem uma de 40 dentes.
Isso significa que a relação foi alongada. A princípio não faria tanto sentido fazer isso, já que por sua proposta mais off-road, esperaria-se que a coroa tivesse mais dentes para favorecer mais o torque. Porém, a explicação da Honda foi que isso ocorreu porque na Tornado não há coxins na ligação coroa-cubo da roda para que a moto entregue a força de modo mais direto.
Assim, para uma melhor equalização um dente foi retirado. Na prática, a moto se mostrou bastante espertinha nas saídas como se espera de um modelo de uso misto.
De acordo com a empresa, a velocidade máxima (top speed) é de 128,1 km/h (gasolina) e 129,4 km/l (etanol). O consumo médio, por sua vez, é de 29,8 km/l (gasolina) e 22 km/l (etanol) -- dados oficiais da Honda. Não pegamos muito "estradão" com a Tornado, mas certamente o modelo tem menos proteção aerodinâmica do que a Sahara.
Câmbio e freios
O motor gera torque suficiente mesmo em 2ª, 3ª e 4ª marchas o que não nos exige trocas constantes de marchas. Por falar no câmbio, de 6 marchas, este possui um funcionamento bastante preciso e leve. Como possui embreagem assistida e deslizante, os engates são fáceis e não há perigo de travamento da roda traseira em reduções de marchas. Ai desavisados, isso não significa que não há freio motor.
Além disso, a Tornado 300 está equipada com disco de 256 mm, na dianteira, e de 220 mm, na traseira. O funcionamento é bastante eficiente, sem ser muito forte e tampouco borrachudo. Assim, é bastante fácil de dosar. A moto também está equipada com freios ABS de dois canais, assim evita o travamento tanto da dianteira como da traseira.
O sistema está bem modulado, inclusive, para rodagem na terra. Um ponto negativo é que o dispositivo não é desligável na traseira o que seria mais esperado de um modelo com ampla proposta off-road. A empresa disse que estuda viabilizar isso talvez em futuras atualizações da Tornado.
Assento prioriza off-road
Em termos de ergonomia, a Honda Tornado 300 se mostrou confortável neste primeiro contato. O assento é fino priorizando o off-road, assim deve ser menos agradável em longas jornadas do que o da Sahara, mas como fiquei bastante tempo na posição em pé no off-road o banco mostrou o que tem de melhor.
Mais fino, permite ótimo encaixe para as pernas favorencendo a pilotagem na terra. Sua altura, de 890 mm, é avantajada, assim pode gerar dificuldade para mais baixinhos. Eu tenho 1,86 m e foi bem tranquilo de apoiar os pés no solo. As pedaleiras, por sua vez, estão preparadas para off-road e tem ótimo grip.
Com 143 kg a seco e tanque de 13,8 litros, a Tornado 300 se mostrou uma moto ágil, leve e extremamente fácil de conduzir. Ainda no seu pacote estão inclusos sistema óptico full-LED e painel digital. Veja mais detalhes da Tornado em 4K:
Conjunto redondo
A Tornado 300 entrega o que se espera de uma trail para uso diário, seja na cidade, em estrada e especialmente no off-road. Não estamos falando de um modelo requintado, mas é certamente muito acertado em ciclística e conjunto motor-câmbio.
Ao final do roteiro intenso que tivemos durante o dia todo, eu não estava cansada e muito disso é pela pilotagem acessível que o modelo entrega. O porém maior fica por conta do preço de R$ 27.690 (Preço Público Sugerido), mas que certamente fica mais alto com as variações que temos no Brasil e ainda com a inclusão do frete.
Vale a pena frente à Lander? Minha resposta é sim, mas isso vai depender do preço, claro. Assista o vídeo na reportagem para saber mais sobre esta análise de mercado.
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FICHA TÉCNICA HONDA TORNADO 300 2025
PREÇO | A partir de R$ 27.690 |
MOTOR | 1 cilindro, OHC, 293,5 cc |
ALIMENTAÇÃO | Injeção eletrônica |
COMBUSTÍVEL | Gasolina e etanol (flex) |
POTÊNCIA ETANOL | 24,8 cavalos a 7.500 rpm |
POTÊNCIA GASOLINA | 24,3 cavalos a 7.500 rpm |
TORQUE ETANOL | 2,74 kgfm a 5.750 rpm |
TORQUE GASOLINA | 2,70 kgfm a 5.750 rpm |
CONSUMO | Não divulgado |
TOP SPEED | Não divulgado |
DIÂMETRO x CURSO | 77,0 x 63,0 mm |
CÂMBIO | 6 marchas |
CHASSI | Berço semi duplo |
COMPRIMENTO | 2.201 mm |
LARGURA | 828 mm |
ALTURA | 1.298 mm |
ENTRE-EIXOS | 1.429 mm |
DISTÂNCIA DO SOLO | 268 mm |
ALTURA DO ASSENTO | 890 mm |
PESO SECO | 143 kg |
TANQUE | 13,8 litros |
FREIOS | ABS |
FREIO DIANTEIRO | Disco de 256 mm |
FREIO TRASEIRO | Disco de 220 mm |
PNEU DIANTEIRO | 90/90-21M/C 45S |
PNEU TRASEIRO | 120/80-18M/C 62S |
SUSPENSÃO DIANTEIRA | Garfo telescópico de 245 mm |
SUSPENSÃO TRASEIRA | Monoamortecedor Pro-link de 227 mm com ajuste de pré-carga |
COR | Vermelho |
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Por
Rafael Miotto
Com mais de 20 anos de experiência sobre duas rodas, j?percorreu o mundo de moto, incluindo as desafiadoras estradas do Himalaia, na Índia. Como jornalista, cobriu várias edições dos maiores salões de motocicletas do mundo, como o EICMA e o Tokyo Motor Show.